quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Alienação


To com vontade de fazer uma soma de vetor
Pontinha na bundinha, por favor
E desenhar um polígono, que emocionante!
Quem fecha a figura é a resultante, que não se compromete
Bundinha com bundinha
Vê se não esquece
E se eu tiver que calcular e se eu tiver?
E aí, tem que usar a fórmula, aquela bem grandona, é triste!
E aí, tudo pode acontecer, se eu não souber fazer, palpite.

(Palpite - Adriana Calcanhoto - adaptada para vida de vestibulando)

Não sei mais cantar a música original! Será sinal de demência?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ventilador


Pé descalço

Tira a touca

Céu de estrelas

Tira a roupa.


É verão

Cadê a dor?

Ventilou

Ventilador.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lembrete para mim mesma!

Não esquecer de viver.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Iguale-se as crianças.


Desça cinco degraus físicos e suba dez graus de humanidade.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Desabafo!


É justamente a falta de tempo que me traz aqui. Essa falta que me encomoda diariamente e que eu tento preencher com palavras.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Parabólica


Olho-me de longe e não me vejo.

Hemeralopia? É dia.

Recepto-me e não me sinto.

Insensibilidade? Falta de verdade.

Escuto-me e não me compreendo.

Demência? Apenas consequência.

Lembro-me e não me encontro.

Esquecimento? Falta auto-conhecimento.

Respiro-me e não vivo.

Solidão? Aspiro ilusão.

Olho-te; recepto-te; escuto-te; lembro-te; respiro-te.

Parabólica.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vó, nada de pipoca!


A culpa é do Noé. Porque não libertou um periquito, um papagaio, até um urubu seria capaz de trazer aquele bendito raminho verde, mas pomba? Agora elas ficam aí se achando o último animalzinho da arca. Você pode até falar: ''Ai, pomba é fofinha, toda branquinha, simbolizando a paz.'' Mas more 1 semana em Floranópolis e travará uma guerra com o símbolo da paz. Lá em Roma pode até ser inspirador e romântico, mas aqui virou uma peste. Outro dia li uma matéria sobre o aumento da expectativa de vida no Brasil. Entrei em pânico: aumentam velhinhos, aumentam pipoqueiros nas praças e as pombas se multiplicam feito topete loiro em show de pagode. ELIMINEM OS PIPOQUEIROS, CONSCIENTIZEM OS VELHINHOS, BASTA DE POMBAS! Tá, exagerei. Mas se eu pudesse extinguir algo do mundo, falaria sem hesitar: Me livrem dessas pooooombas! Noé que me perdoe, mas no lugar dele, deixaria as pombas se afogarem no dilúvio. Vó, nada de pipoca!

domingo, 18 de outubro de 2009

Tenho o direito de permanecer calada!


Existem pessoas que nascem com o dom de irritar! Ontem saí com minha tia e uns amigos dela, dois deles cariocas e aquele ''treix, veix, feix'' ainda ecoa na minha cabeça. O mais novo deles tinha 13 anos a mais que eu, nenhum problema em sair com pessoas mais velhas, desde que a idade mental acompanhe a idade física. O assunto era tão interessante que eu preferia estar em casa ouvindo música country! Pedi um café, um bolo de chocolate e fingi prestar atenção na chuva que insistia em estragar o fim de semana na praia. Até que um deles, depois de de duas cervejas, percebeu minha presença naquele recinto, e não sei por que cargas d'água lançava aqueles "xxxxx" em minha direção. ''Você não fala não, como que é teu nome mesmo? Gabriela?'' Não meu nome não é Gabriela, é GabrielE! ''Você tem que ser mais comunicativa sabe menina!'' 2 horas ouvindo pessoas desconhecidas falarem a meu respeito. Qual o problema de permanecer calado? Apreciar o café, a chuva lá fora, a música francesa que tocava, a inutilidade das conversas de alguns, o chocolate que escorria no prato de bolo, EM SILÊNCIO! Não causei a mínima boa impressão nos amigos da tia. No final o menos chato deles me disse: ''Estou precisando de uns bons exemplos assim como você!'' O comodismo já me livrou de inúmeras situações constrangedoras, e eu costumo aprender com a vida. Afinal, todos temos o direito de permanecer calados - ainda mais quando o assunto não te agrada.