quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cegueira.

Hoje de manhã eu estava fazendo uns exercícios de português. Em uma das questões tinha um textinho e depois umas frases sobre advérbios, acentuação e oração subordinada adverbial. Aqueles conteúdos que fazem você pensar: afinal, para que estou vivendo? O caso é que o texto me chamou a atenção. Era de três cegos e um elefante na frente deles. E eles queriam descobrir o que era que estava atrapalhando os seus caminhos. Então o primeiro cego apalpou o rabo do elefante e disse: é uma corda. O segundo cego apalpou o corpo do elefante e raciocinou: é um muro. O terceiro acariciou a pata do elefante e concluiu: é uma coluna. Assim acabava o texto. Nada de moral, nada de frases de final de fábula. O fato é que o exercicío não se importava com a moral da história e sim com a sintaxe. Mas eu preferi assim. Desse jeito posso tirar minhas próprias conclusões. Estamos cegos de nós, cegos do mundo. Desde que nascemos somos treinados para não ver mais que pedacinhos. A cultira dominante, cultura de desvínculos, quebra a história passada como quebra a realidade presente. Proíbem-nos de montar o quebra-cabeça da vida. Afinal, cordas podem ser cortadas, muros podem ser pulados e colunas podem ser contornadas. Elefantes podem te matar com suas toneladas. Se você não monta o quebra-cabeça, a vida te transforma em peça.

3 comentários:

  1. nossa! nem preciso dizer que, como sempre, está perfeito!

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  2. Obrigada piima *o* você é uma das duas pessoas que leem ;D

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  3. Gabii! Sintaxe?!
    Adoreei! Excelente!
    Eu leio sempre! Faço parte do percentual de duas pessoas que leem?
    Hehehehe
    Beeijos ;*

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