terça-feira, 29 de junho de 2010

Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.

Eu queria ser metade do inteiro que eu sinto. Eu queria ter metade da coragem que eu incentivo. Eu queria ter metade da paciência que me falta. Eu queria ser metade de tudo o que eu fujo. Hoje me procurei no dicionário e não me encontrei. Ouvi falar que lá existiam definições pra tudo. Eu não sei na verdade quem eu sou. Como vou me encontrar? Vou procurar o quê? Pensei em me definir por cores. Roxo, sempre gostei de roxo. Significa energia, mas pensando bem, eu ando tão cansada ultimamente. Cansada de mim mesma. Roxo não me define. Vermelho, paixão. Mas alguns dos mais apaixonantes sonhos eu tenho pensado em deixar pra trás. Azul, calma. Nem pensar, eu sou uma panela de pressão com válvula de escape quebrada. Verde, esperança. Eu penso em desistir todos os dias. Preto é a absorção de todas as cores. Em compensação não reflete nenhuma. Branco é ao contrário, reflete todas, mas é vazia. Não absorve nada. Eu sou da cor, do tom, sabor e som que quiser dançar. Um arco-íris por dentro e por fora. As nuvens me cobrem, mas depois da chuva eu sempre apareço, brilhando com o sol. Perdi o medo de desistir. Só não perdi o medo de me definir. Mas sei que dicionário nenhum tem o que preciso. Encontrei na rua, hoje de manhã, um recolhedor de lixo, cantando. Ele foi a pessoa que mais me fez feliz até hoje, porque não fez nada. Já bastam as penas que eu mesma sinto de mim. Só preciso de alguém que cante, sem esperar ouvir o refrão.
                                         Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.

Um comentário:

  1. olá.. adorei o teu blog ^^especialmente pelo nome ^^engenheiros do hawaii sempre suashuas
    tbm sou de passo fundo
    ja estou te seguindo ta
    abraços ate mais
    http://acoordesparavida.blogspot.com/

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