terça-feira, 14 de setembro de 2010

E aí Deus, valeu pelo dia de hoje!

    Ontem eu estava muito mal. Sabe quando você acha que tem o maior problema do mundo¿ É. Mas esse problema não é só meu então, me sinto na obrigação de consolar a outra pessoa envolvida: “As coisas nunca são tão ruins quanto parecem, o fato é que elas assustam no começo.” E como assustam...

    Fui dormir pensando nisso e me deu vontade de rezar, coisa que admito, raramente faço (espero que minha mãe não leia isso). Não é falta de fé, preguiça ou descaso, é simplesmente costume. Penso que sentir compaixão por alguém, fazer uma boa ação ou aceitar a si mesmo é tão bom quanto dizer: e aí Deus, valeu pelo dia de hoje! Para mim a primeira opção é mais proveitosa, mais fácil, mais sincera.
    Só sei que antes de encostar as pálpebras, me imaginei em um lugar lindo, era uma praia, eu estava sozinha e uma luz me engolia e tirava tudo que estava me incomodando. Nessa hora a porta do banheiro bateu com muita força e me desconcentrou. Os problemas voltaram e Deus ficou pra lá. Acordei tarde, pois não tinha aula de manhã. Acordei assustada com a ventania que fazia lá fora. Sinceramente nunca tinha visto um vento tão forte. Liguei a TV: Ventos extramente fortes atingem a capital do estado e região, soprando de oeste para noroeste. As portas batiam, as arvores balançavam seus galhos, derrubavam suas folhas. Os papéis que estavam no chão voavam para longe, uma cena deprimente. Pensei comigo mesma: Mas que droga de vento! Meu cabelo vai ficar uma droga, tenho que levar os livros na biblioteca ainda e depois ir pra aula. Que inferno!
    Almocei e fui pra aula. Realmente meu cabelo ficou uma droga! Aula de bioquímica, café, aula de bioquímica. Quando a aula acabou, me separei das minha colegas pois precisava passar no banco. Na volta pra casa, o vento parecia ainda mais forte, mas ao contrário da ida pra faculdade, agora ele soprava contra mim, me fazendo diminuir os passos, jogando meu cabelo para trás, trazendo as folhas amareladas das arvores pra perto de mim. E inacreditavelmente me senti bem. Como se o vento estivesse carregando todos os problemas pra longe. Devo ter sorrido nessa hora, porque uma guria passou por mim e sorriu também.
    “As coisas nunca são tão ruins quanto parecem, o fato é que elas assustam no começo.” Se o vento sopra bagunçando seus cabelos, se ele te incomoda fazendo você engolir poeira e assusta com aquele barulho de chicote no ar, mude a SUA direção, faça com que ele jogue teus cabelos pra trás, te faça andar mais devagar pra poder perceber que por pior que seja teu problema, sempre existe um jeito de usa-lo a seu favor.

O que eu vou dizer hoje, antes de dormir¿ “E aí Deus, valeu pelo dia de hoje!”

Um comentário:

  1. Gabi, sabe, eu adorei este texto...
    Tem coisas em voce que fazem com que eu me enxergue em você.
    Aqui também ventou forte, e minha magreza excessiva fez com que eu andasse mais devagar, indo contra o veto. E não faltou o medo de ser levada por ele. Hehe!
    Mas sabes, Deus não fracassou, fomos nós que fracassamos com Ele. E isso, de modo algum, justifica o fato de termos nos 'afastado', alias, algo que não aconteceu, por que eu sei, que assim como eu, você tmabém se questiona a respeito das coisas que acontecem e também se pergunta se são obras Divinas. Sei lá se são ou não. E enquanto não descubro fico aqui, postando no meu blog e lendo o teu, que por sinal tá cada vez mais legal!
    Beijos Gabi!

    ResponderExcluir